Ocorre nesta quinta-feira, dia 6 de junho, o seminário Reúso, sobre o tratamento e a reutilização de efluentes do Polo Petroquímico do Sul. O evento será sediado no Sitel - Superintendência de Tratamento de Efluentes Líquidos, da Corsan, das 9h às 12h, e deve reunir cerca de 70 participantes.

A programação prevê painéis sobre cobrança pelo uso da água e o processo de reúso dos efluentes. A Aquapolo, de São Paulo, apresentará seu case de referência em água de reúso e ainda está prevista uma visitação ao projeto piloto que é desenvolvido no Sitel em parceria com a Feevale e o Comitê de Fomento Industrial do Polo (Cofip).

Para ajudar a entender melhor a iniciativa, a química e responsável técnica pelo Sitel, Andreia Barros dos Santos, explica passo a passo desta segunda etapa do projeto. Ela também faz parte do grupo de mestrandos da Feevale que estuda o processo de tratamento de efluentes com membrana para reúso da água na indústria.

ETAPA 1

O efluente é bombeado para um reservatório no local dos testes do Projeto Reúso, onde acontece sua decantação, já que nele pode haver sólidos.



ETAPA 2

Depois, o efluente segue para um pré-tratamento para remoção de partículas em suspensão e matéria orgânica. O projeto testa três formas diferentes de realizar esta etapa:

a) Filtro de areia e filtro de carvão: sistema tradicional. 





b) Ultrafiltração: sistema com membrana de poro mais fechado, que funciona como uma peneira.





c) Microfiltração: sistema que também utiliza membranas, mas com poros mais abertos.





ETAPA 3

O material que resulta do pré-tratamento alimenta as tecnologias de osmose reversa e eletrodiálise reversa, estudadas no projeto. Nos processos anteriores, são retirados do efluente dois dos três componentes que precisam ser removidos para que ele volte à indústria: sólidos suspensos e matéria orgânica. Nesta, que é a última etapa, são tirados os sais dissolvidos.

a) Osmose reversa: sistema que também utiliza membrana, pela qual deve passar somente água.

b) Eletrodiálise reversa: tecnologia usada desde 1954 para dessalinização e só remove componentes com carga - por isso não retira, por exemplo, matéria orgânica. Processo eficiente para a remoção de sais.

De acordo com Andreia, de todos os processos, saem duas correntes: o permeado e o concentrado. O permeado é o material que será reutilizado na indústria. Já o concentrado é o material que está sendo estudado para tratamento e reutilização.

A proposta é que, ao final do projeto, em abril de 2020, tenha-se informações suficientes para diagnosticar quais tecnologias e processos trazem os resultados mais satisfatórios, em termos da qualidade do tratamento, mas também em viabilidade de implantação. “Até o momento, vimos que o tratamento com membrana é mais eficiente e os custos de uma futura implantação devem ser analisados”, observa Andreia.